27 de set. de 2010

O amor nunca morre


O amor é um bonde onde embarcamos para viajarmos rumo a lugares mágicos e desconhecidos. Passamos ali uma parte deliciosa de nossas vidas até que o bonde para no meio do nada. Para alguns, o bonde dá sinais de que há algum problema, para outros a pausa é repentina. E então, é hora de desembarcar. Não há como seguir em frente. É quase certo que ficaremos perdidos, sem saber que a horas passará outra caravana.
Mais aí... Aí o bonde aponta lá no horizonte de novo e embarcamos rumo a lugares mágicos e desconhecidos outra vez. Porque o amor não morre, não tem fim.
O que acaba são os passageiros que nos fazem companhia nessa linda viagem. O que muda é quem senta ao nosso lado e segura nossa mão nas curvas perigosas, são os ombros em que recostamos nossas cabeças e sonhos enquanto descobrimos o caminho.


Sabrina Davanzo

25 de set. de 2010

Proporção



Quanto mais o tempo passa, menos eu me reconheço.

Sabrina Davanzo


22 de set. de 2010

Notas policiais


Mário anda sobressaltado nos últimos meses. Assassinara sem piedade a criança que existia dentro dele. Teme ter cometido esse infanticídio por puro desespero. Desculpa-se acusando a embriaguez dos compromissos adultos e aguarda em liberdade o julgamento da vida.

Toda vez que passa por um parque, sente um arrepio na espinha e pensa na covardia desse ato.

Sabrina Davanzo

Arquivo


De tempos em tempos as lembranças vão sendo devidamente empacotadas e guardadas em pequenas gavetas sem nenhuma identificação, podendo-se recorrer a elas sempre que se deseja reviver algo.

Esse é o destino de tudo o que acontece. O que é a alma senão um grande armário onde arquivamos nossas experiências?

Sabrina Davanzo

Stress



Meus pensamentos me cansam.
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Sabrina Davanzo

20 de set. de 2010

Destino

Honestamente ela nem sabe o que desejar. Seria preciso?
Às vezes sente-se obrigada a sonhar quando tudo o que queria era libertar-se de qualquer esperança e caminhar em direção ao nada. Porque até no que não existe é possível encontrar algo de extraordinário. Não há dor, frustração, fracasso. Apenas a leveza de ter deixado a vida acontecer sem lhe impor obstáculos.
Talvez fosse necessário aprender com os rios, que aceitam o curso das águas e se moldam a elas. Chega de lutar em vão. O que ela quer é confiar no destino e deixar que ele se cumpra.
Se todo mundo já nasce com uma história, por que fugir do roteiro? Por que lutar contra o vento?
Tem sempre anjos que lhe fazem companhia e lhe sopram segredos milenares sobre ouvir sua intuição. “Corra, não há tempo a perder...” Sussurram os anjos enquanto ela decide se sonha.

Sabrina Davanzo

17 de set. de 2010

Sumiu

Por onde anda você, inspiração?
Foi dar uma olhada no portão e por lá ficou.
Volta que eu preciso falar, escrever.
Eu só vivo quando você dita o que devo fazer.

Sabrina Davanzo

Notícias de um mundo invisível: festa da Belinha



Hoje a Sra. Andorinha permitiu, após muita insistência, que seus 17 filhinhos fossem à festa de aniversário da Belinha, no quintal da sua casa, na Travessa Monsenhor Antônio.
Os filhinhos ficaram sabendo pelas crianças formigas que teria um monte de coisas gostosas por lá.
A Sra. Andorinha pediu que eles se comportassem e não voassem em bando para bicar as sobras pelo chão. "Um a um. Tenham educação!".
Na hora de sair, organizou-os em fila indiana e lustrou-lhes os biquinhos.
Aproveitando o sossego no ninho, a Sra. Andorinha ficou ouvindo o vizinho canário tomar aulas de canto. Enquanto isso, os filhinhos comiam farelo de bolo com glacê e granulado de brigadeiro.

Sabrina Davanzo

Pangeia


Queridos e queridas,

Aproveitando que o post anterior falou sobre a terra, quero indicar um blog lindo de uma amiga: o Pangeia de dois. Nele a Malu e o Vinícius, seu namorado, contam sobre suas experiências no México.
Os dois são fofos e postam fotos incríveis. Vale a pena viajar com eles!

Link: Pangeia de dois

Sabrina Davanzo

16 de set. de 2010

Rotação



Não há quem diga mas, nesse momento, a terra está se movendo.
Transição, translação.
Lentamente, daqui a pouco é outro lugar.
Ainda que pareça que nada aconteceu, chega a noite.
Ainda que eu continue de olhos fechados, já é dia.
E do outro lado escureceu.
A mudança é quase imperceptível.
Quando menos se espera, é dezembro.
Eu mesma já não estarei mais aqui neste ponto quando essa linha se acabar.
Consegues ver? Parti.

Sabrina Davanzo



13 de set. de 2010

Será


Há muito tempo sente alguma coisa agitar em seu inconsciente. Ondas cerebrais que trazem uma ideia embassada do que ela deve fazer. Um futuro iminente que não chega a realizar-se agora.
E ela vira na cama, se ajeita na cadeira, coça o nariz.
Parece que está cada dia mais próxima a hora de tomar uma decisão, sabe-se lá sobre o que e para que.
Essa coisa que ressoa dentro dela está tomando forma e parece não caber em seus pensamentos pequenos.
Essa coisa meio sentimento meio instinto tem vida própria e parece ser a coragem que falta.
Daqui a pouco ela faz as malas e coloca os pés no mundo. Essa coisa é o destino chamando.
E ela vira na cama, se ajeita na cadeira, alisa o cabelo.

Sabrina Davanzo

12 de set. de 2010

Lógica






Se paixão é ter borboletas voando no estômago, amor é tê-las pousadas no coração.


Sabrina Davanzo





9 de set. de 2010

Presente

Levou até a casa dela um pote de mel para que ela se lembrasse dos beijos dele quando estivesse ausente. O amor tem dessas delícias.

Sabrina Davanzo

8 de set. de 2010

Respeitável público


Desconfio que das cartolas dos mágicos
saia mais que coelhos orelhudos.
Por isso, a partir de agora,
eu vou armar minha lona de sonhos
e produzir o espetáculo que eu bem entender.
Bem-vindos ao meu circo!
Aqui, eu escolho o grande truque!
Então prestem bem atenção:
Senhoras e Senhores,
vocês verão,
bem diante dos seus olhos curiosos,
sair de dentro desta cartola,
a felicidade que tanto desejam.
Poderão presenciar também,
com suas feições afetadas,
pular para fora, sem demora, cerejas, amoras
e um tubo de chantilly importado em spray.
Enquanto comem, espirrem à vontade
a deliciosa iguaria em quem lhe faz companhia.
Aproveitem que é só hoje!
Acaba de sair da cartola,
como numa pintura moderninha,
areia, mar e uma bela esteira pra você deitar.
Seu local de repouso está posicionado
bem debaixo de um coqueiro
onde faz sombra o dia inteiro.
Por essa, ó respeitável público, você não esperava!
Acabo de tirar da cartola todos os seus amigos
reunidos num domingo
jogando conversa jogada fora.
Vejam só!
Essa cartola é mesmo de muita serventia,
obedece minha imaginação.
Que belo ofício é esse da ilusão!
Agora vem entrando os palhaços e trapezitas
que a vida é feita de um monte de coisas.
Debaixo da minha lona de estrelas
cabe o mundo das atrações
entra quem compra ingresso para delírios.
Tem equilibrista?
Tem sim, Senhor!
A mágica me faz levitar,
partir, desaparecer,
andar sobre pregos sem doer.
Esse é o encanto!
Há quem ache,
no fundo da cartola,
solução até para os males do coração.
Fecha teus olhos
vai começar a próxima atração.

Sabrina Davanzo

7 de set. de 2010

Início


Hoje fiquei vendo você caminhar tão insegura, buscando apoio nas pernas e paredes mais próximas das suas mãozinhas pequenas.
Hoje você é tão frágil que cada passo é quase um tombo, é um desajeito.
É estranha a forma como, de repente, se começa a andar.
E pensar que você nunca irá se lembrar de como foi difícil se erguer... e pensar que você quase não teve essa chance...
A vida é um pequeno milagre. A todo momento. A cada vez que você procura um apoio e segue mesmo não o tendo encontrado.

Para Lelê. Que começou a dar seus primeiros passos sozinha.

Sabrina Davanzo

O tempo é fogo

O tempo é incêndio que vai queimando as horas, os dias, os meses. O tempo é fogo se alastrando e consumindo sem piedade as histórias que encontra pela frente. Só o que fica são as cinzas. Lembranças apagadas que, aos poucos, são levadas pelo vento.

Sabrina Davanzo


Aprenda

Não confie em alguém que lhe promete o mar sem ter ao menos um copo d'água para lhe oferecer.

Sabrina Davanzo

Ipês



E nessa secura toda, onde os galhos imploram por água para se manterem de pé, os Ipês florescem.
É como se nada os afetassem, nem o sol castigante, nem a falta de vento, nem a chuva que deixou de cair.
Por todos os lados, em várias cores, há Ipês provando que é possível resistir às adversidades do tempo e sorrir. Seria essa a forma de Deus nos mostrar que nada é impossível?
Os Ipês alegram até a pracinha mais pobre e ainda deixam um caminho de flores pelo chão. Queria ser como os Ipês...

Sabrina Davanzo