25 de nov. de 2012

Lembranças




Acho que os sentimentos poderiam ser representados como pequenos souvenirs. 
Sabe quando a gente viaja para um lugar lindo e quer voltar com uma lembrança? Então, toda vez que a gente olha pra ela, voltam sensações, cheiros, sabores, saudades. 
Às vezes, deixamos esses pedacinhos de vida expostos na prateleira, perto de um livro, uma foto. Ali, eles estão sempre próximos, fazendo parte do dia a dia. Mas às vezes precisamos guardá-los na gaveta, no fundo do armário, no baú de emoções. Assim, não temos contato, não lembramos sempre, mas está lá, mesmo que com alguma poeira. 
E só de mexer nesses souvenirs (sim, porque às vezes é preciso), tudo volta à tona outra vez. E muitas vezes a poeira salta aos olhos, que ensaiam derramar lágrimas. Mas é assim. Acho que dentro da gente tem muita gaveta, prateleira, baús, caixas trancadas. E nem sempre o mais visível para os outros é o mais sentido por nós.  


Texto afanado de uma das prateleiras da minha amiga Laura Camarano 

12 de nov. de 2012

Pronta




Então aceitou a felicidade como ela é: imperfeita. 
Passou a aproveitar o que a vida lhe oferecia de bom
sem esperar que fosse para sempre. 
Certa de que algumas vezes as coisas se atrapalham
e as pessoas decepcionam, 
aprendeu a ter fé e paciência para esperar passar.  
Demorou algum tempo para crescer por dentro,
mas agora que aconteceu é um alívio. 
É uma trégua nessa guerra que no final é uma busca pela paz. 
Se isto é envelhecer, ela já está pronta. 
A menina, finalmente, tornou-se mulher. 

Sabrina Davanzo