11 de mai. de 2010

À mão livre


É sabido que, ao nascer, você é convidado para fazer um grande desenho à mão livre. É também uma regra, já estabelecida, que você deve dar asas à criatividade e, para isso, recebe uma caixinha com lápis de cor.
Aconselho-o a abusar do verde, vermelho, amarelo e laranja sempre que puder. Deixe o preto para as noites, enfeite-as com um pouco de prata e terás um belo luar. Deixe o cinza para os elefantes e terás um animal divertido e grandalhão. Lembre-se: os dias devem ser invariavelmente de céu azul de brigadeiro.
Tenha a mão firme para que o seu traço não falhe. Para o caso de erros graves, há, ainda que rara, a chance de começar de novo.
Faça o que lhe vier à cabeça, mas não repouse nunca o seu lápis. Não espere uma flor secar para começar outra... Não deixe um cãozinho que seja, à espera de afeto.
Haja o que houver, complete o seu desenho. Não faça como os medíocres que chegam ao final com seus desenhos apagados, sem expressão e culpam as cores limitadas que receberam. Não seja tolo! Você tem em suas mãos uma caixa de possibilidades e é você quem deve criar o seus tons, desenvolver suas vontades.
É mesmo um grande presente ganhar uma folha em branco, novinha para criar a vida - uma história inesquecível – do jeito que você desejar.


Sabrina Davanzo



Um comentário:

Mario Gioto disse...

ahh que demais!
mesmo sendo metaforicamente falando, gostei do uso do papel e das cores para retratar...

eu mesmo estou a colorir todos os meus dias...
preciso usar mais cores, isso eh fato..

obrigado por trazer o azul para o meu dia ^^