15 de jun. de 2009

Des-matar


Adentrou aquele matagal denso, escuro, onde apenas poucos raios de sol conseguiam penetrar.
Levou uma pequena foice para o caso de não conseguir arrancar com as próprias mãos algo que pudesse lhe impedir o caminho.
No meio do mato alto, que quase cobria o seu corpinho franzino, procurou um sorriso, uma amarelinha da infância, as amizades verdadeiras. Procurou pelos carinhos recebidos e doados, pelos sonhos que deixou para trás, pelas pequenas felicidades que viveu.
Juntava os cacos, o que restou e se misturou àquela lama toda no imenso pântano que havia se tornado o seu coração. Precisava encontrar um por um, nem que fosse para provar para si mesma que, um dia, havia sido inteira. Um dia, havia sido floresta de conto de fadas.

Sabrina Davanzo



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