Tenho olhos. Posso vê-los em meu rosto diante do espelho, mas eles não me veem.
Não conseguem perceber que preciso buscar outro horizonte.
De que adianta serem verdes se só refletem o vazio cinza que trago no coração?
De que adianta serem arregalados se só quero mantê-los fechados para não ter que enxergar a situação?
Tenho pés. Posso vê-los diante do espelho, mas é como se eles não existissem. Perderam a força, não podem sair do lugar. Não obedecem ao comando do meu cérebro. É estranho! Tenho um corpo que não me compreende e luta contra minha vontade.
Sabrina Davanzo
Um comentário:
A alma aprisionada
em um corpo inerte.
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