Ele tinha um avião supersônico no qual viajava todas as noites. Visitava outros planetas, passeava pelas galáxias.
Fez amizade com um marciano que estava de passagem por Júpiter. Explicou a ele como funcionavam as amizades aqui na terra e tratou de avisar: "mais cedo ou mais tarde eu vou lhe magoar mas, como amigo, você deve entender e perdoar".
O marciano concordou. Ele sabia que essa amizade só duraria enquanto o menino tivesse sonhos. E nunca se sabe quando alguém vai deixar de sonhar: pode ser que nunca... mas também pode ser pra já.
E toda noite eles bricavam de astronauta.
De manhã, quando a mãe ia acordar o menino para a escola, via aqueles pezinhos sujos e não entendia.
Pezinhos descalços que brincaram na poeirinha da lua... ela nunca adivinharia. Ela já não sonhava.
Sabrina Davanzo