16 de mar. de 2009

De molho

Colocou de molho algumas peças de roupas que estavam encardidas.
Reparando na sujeira que saía aos poucos da roupa e se misturava à água, pensou que queria ser assim também. Queria poder se pôr de molho para tirar as marcas mais profundas que ficam impregnadas em si mesma.
O tempo de um mergulho é pouco. Precisava de mais. Talvez uma tarde, um dia todo submersa como as peças de roupa.
Sairia tudo e voltaria purificada? Ou seria o caso de, não sabendo lidar com a situação, ficaria com manchas (marcas) para sempre?
Roupa manchada a gente só usa dentro de casa. Não serve para se expor.
Ela tinha medo de, ao tentar se purificar, deixar ainda mais à mostra suas marcas.

Sabrina Davanzo

6 comentários:

Mafê Probst disse...

Por que temos tanto medo de mostrar as cicatrizes?

Anônimo disse...

Por que temos tanto medo de nos arriscar e ficarmos com cicatrizes? As coisas poderiam ser mais faceis.. ou é a gente que complica muito elas?

Anônimo disse...

Acho que a gente complica muito as coisas, mas cicatrizes são cicatrizes e deixam marcas profundas. Neste caso passam a ser muito íntimas. Este é o problema. Mas, Sabrinha, será que é tão fácil assim nos purificarmos? Acho que não. Somos muito complexos, egoístas, sensíveis...

NiNah disse...

As cicatrizes são aprendizados. Acredite!
Bjo

Sueli disse...

Sabe o que eu acho? Acho que é melhor ser gente, pois as nossas manchas podemos tirá-las todas, basta nos propormos a isso, mas as das roupas, olha, tem umas que não saem nem a pau!...rs. Beijos!

Jânio Dias disse...

Uma cicatriz é sempre uma coisa linda. Um brilho na lembrança.