12 de mai. de 2011

Premonição


Pode ser um arrepio, um calafrio percorrendo a espinha. Pode ser uma espécie de sussurro ou o piscar de uma luz na escuridão.
É um estalo no meio da tranquilidade. Discreto. Quase imperceptível.
Tem que estar atento para percebê-lo. Tem que querer entender o que o recado quer dizer. Ele acontece, não é lenda. Quase sempre a gente recebe avisos de quando não é para ser, de quando a gente não deve se meter.
E quem é que quer ouvir? Nessas horas a gente é surdo, cego, insensível.
"Depois não diga que eu não avisei". Mas a gente diz. Diz porque alguém tem que levar a culpa por nossa persistência, mesmo sabendo que não era para agir assim.
Talvez se tivesse sido gritado para mim... Assim discreto, de leve, não acreditei, não aceitei. Fingi que não ouvi as batidas na porta, enquanto no rádio tocava a canção que eu escolhi e que me dizia para ir além.
Mas você veio me avisar...
Ah, premonição! Infelizmente, eu já deveria saber que você custa falhar! Você é certeza de tombo com placa em letras garrafais: cuidado! Piso Escorregadio!

Sabrina Davanzo


Um comentário:

Anônimo disse...

Outro dia fui surdo para ela e me meti numa encrenca e tanto, agora to colhendo os resultados, amargos resultados.

Abraços Imundos...