Hoje saí para passear num cavalo marinho. Seus galopes desenfreados me levaram pelas águas geladas. Redemoinho. De repente, fica que nem estátua. Em nossa frente, lá vai um cardume de peixe espada. Quando volta a trotar, acabo escorregando por sua crina, rodopio igual a uma bailarina para no fundo do oceano deitar.
Eu inconsciente. Ele, cavalinho pequeno e bem fazejo, me dá (de leve) um beijo e pede a Posídon, o deus do mar, para vir me curar.
Abro os olhos apavorada, me agarro a seu corpinho pequeno e grito: me tire daqui, me leve à tona, preciso respirar.
Cavalo marinho me deixou na beira da praia e saiu à galope, levando meus sonhos em cada trote – sonhos que mal se igualavam às pequeninas ondas que vinham até a areia me espiar.
Sabrina Davanzo
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