4 de jan. de 2010

Enquanto estou no caminho...

Para ler ouvindo: Bach

Tenho uma pressa que consome minha ânsia por realizar. Mas, você me perguntaria: para que desespero se tens a vida toda para fazer o que tiver de ser? A verdade é que não sei quanto essa vida dura. Quantos dias ainda me restam? Viver é sopro profundo... é hálito quente que, quando toca os lábios, se perde em meio as partículas de um ar mais denso e forte. O momento em que se dissipa é imperceptível, mas sabe-se que é real. E real também não é vida que, dia a dia, esvai-se como um sopro diante dos nossos olhos numa espessa camada chamada tempo? Nada pode esse hálito fresco e divino diante das implácaveis horas e é por isso o meu desespero. Pode ser que não me sobre tempo suficiente... Pode ser demasiado tarde quando eu, finalmente, decida por viver. Só peço para ficar o necessário. Preciso encontrar o que tanto procuro... Imagino que no fim, sim ele sempre chega para o velho e para o moço, aos que imploram e aos que desdém, no fim, talvez não haja o que encontrar. Eis o grande mistério. O não saber quanto tempo me resta me transtorna. Por favor, espere um pouco... dê-me mais tempo... preciso conhecer o sabor da felicidade.
Amém.


Sabrina Davanzo

3 comentários:

BAR DO BARDO disse...

Sabor essencial...

Renata de Aragão Lopes disse...

Daí as palavras
de Renato Russo:

"é preciso amar as pessoas
como se não houvesse amanhã,
porque se você parar pra pensar,
na verdade não há..."

Eis o nosso maior desafio:
viver intensamente cada momento,
como se fosse o último.
Evitar pendências.
Externar os sentimentos.

Nunca saberemos
se existirá, afinal,
uma outra oportunidade...

Que, ao som de Bach, querida,
você se tranquilize, contudo.
É impossível
cumprirmos este desafio,
se nos sentirmos,
a todo tempo,
com a corda no pescoço. : )

Um abração,
doce de lira

Maria disse...

Ando na mesma pressa de viver.
=D

Feliz ano novo, Sá. Muita inspiração!

=***