Em um céu de brigadeiro, duas nuvenzinhas conversavam. A primeira, branquinha e fofa refletia os raios do sol ficando toda iluminada. A outra, cinza, carregada, parecia mais uma bola de chumbo perdida na paisagem.
- Para que tanta amargura? Perguntou a nuvenzinha que transbordava felicidade à amiga.
- Cansei de ser nuvem. Não tenho consistência, não posso ser tocada... Parece até que não sou real! E quer saber? Como são cansativos os dias e a noites. Resmungou.
- Mas e o fato de poder caminhar por todo o céu, que é infinito? Não te agrada? Podes ter a forma que quiser. Podes inclusive brincar com os humanos.. Eles adoram nos adivinhar.
- Não vejo vantagem nenhuma em caminhar ao léo e além do mais, não ligo para os humanos. Estão muito distantes de nós.
- Minha amiga, acho que não percebes a importância de ser quem tu és. Trabalhas em conjunto com o sol. No seu mais alto reinado, só tu podes se aproximar dele e fazer sombra fresca à terra.
A outra continuou a resmungar: o céu é sempre azul, a noite sempre muito escura...
A nuvenzinha feliz se afastou, deixando a companheira com seus pensamentos.
"Tem gente que não entende sua própria grandeza, nem dá valor ao paraíso que tem diante de si", disse ao sair.
"Cabruuuummm", trovejou a nuvem carregada e chorou.
Nesse momento, em algum lugar, começava a cair uma chuva grossa, doída e gelada.
Sabrina Davanzo
3 comentários:
Às vezes é necessário que chova para depois vir os dias bonitos, não é?
Sabrina,
que ternura há em seus textos!
Nas palavras
e nas ilustrações
que escolhe.
Ainda que fale de algo triste,
sempre saio daqui mais feliz!
Minha postagem de hoje,
inclusive, fala de felicidade.
Não estou, definitivamente,
sob essa nuvem contrariada. : )
Um abração,
doce de lira
Linda frase
"Tem gente que não entende sua prórpia grandeza, nem dá valor ao paraíso que tem diante de sí"
Meu paraíso parecia ter perdido o significado, quem sabe posso retomá-lo!
Obrigada por me fazer pensar
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