21 de set. de 2009

A máquina de algodão doce




Ainda bem que o parque fica próximo à sua casa. Basta cruzar algumas quadras e pronto: adentra os portões que acolhem a engenhoca.

Todos os domingos vai até lá, senta-se confortavelmente no banco de madeira pintado de verde e se põe a observar o trabalho cuidadoso de seu Alaor. Ele é um velhinho encarapitado que manuseia com muito zelo a máquina de fazer nuvem.
Com alguns movimentos, faz uma delas surgir dentro da “bacia”. Ele já tem tanta experiência, que é capaz de fazer nuvem de várias cores. Rosa, azul, amarela.
O tempo todo chega gente que sai carregando nuvens no palito.
Ela nunca quis experimentar uma. Acha que não está preparada. Tem medo de machucá-la. Para tocar algo tão frágil, é preciso muita delicadeza. Já lhe contaram que tem sabor de felicidade e derrete na boca.
Seu Alaor se sente realizado fazendo nuvens coloridas no palito. Montinhos fofos que despertam sorrisos.
Uma coisa ela já reparou: combinam principalmente com casais de namorados e crianças.
Seu Alaor insiste em chamar por outro nome essa delícia. Todo domingo, antes de desligar sua máquina, dirige-se a ela no banco e pergunta:
- E hoje, Tininha? Não vai experimentar um algodão doce?
- Não não, Seu Alaor. Ainda não estou pronta para beliscar nuvenzinhas.

Sabrina Davanzo



6 comentários:

BAR DO BARDO disse...

Biitinho!

NiNah disse...

Ah!!!
Que fofo...
Beijocas

Clara Gontijo disse...

Ai que vontade de beliscar nuvenzinhas!!! Não faço isso a anos!
lindo lindo texto!!!!

Diana Valentina disse...

beliscar nuvemzinhas é a coisa mais linda. e mais gostosa de fazer.
eu mesma gosto muito, mas me sinto muito triste quando meu algodão doce acaba.
=)

Anônimo disse...

hello... hapi blogging... have a nice day! just visiting here....

Maria disse...

Terno. Muito terno.