12 de abr. de 2009

Visita a casa velha

Para Fran, minha amiga de infância

Diante da casa velha e decrépita, das paredes desbotadas de emoções passadas, percebo o tanto que o tempo passou. Cortaram, primeiro o galho, e depois a àrvore toda, onde pendurei minhas pernas finas e meus sonhos de menina.
A rua, que antes parecia tão colorida e cheia de vida, a rua que antes era o meu mundo, hoje é só uma rua qualquer, com seus velho moradores. Mudaram todos. Não de casa, não de lugar. Mudaram suas fisionomia, mudaram seus modos de pensar. Envelhecem a cada carro que sobe e desce a rua que era o meu mundo. De alguns fica uma vaga lembrança do rosto de criança. Notícias de longe contam que estão bem.
E eu que achava que uma árvore deveria durar para sempre. Onde foi parar a corda que pulei? A pedra que risquei o chão para demarcar meu território na brincadeira inocente?
O tempo levou tudo embora. E a cada vez que volto, percebo que levou mais alguma coisa consigo. Desta vez foi a tintura do portão da frente e a solterisse da minha melhor amiga. Quem diria... a menina que se pendurava comigo nos muros e galhos, hoje pendura-se no pescoço do seu marido.

Sabrina Davanzo

5 comentários:

Clara Gontijo disse...

Coisa mais linda amiga! voltando cheia de amarelos né... aiui...

Anônimo disse...

Querida Sabrina,

Amei essa postagem.
Obrigada por compartilhar suas memórias de maneira tão especial.
Mil beijinhos!

Diego disse...

E o tempo passa, e as coisas mudam, e nosso coração fica.

Unknown disse...

Nossa Sabrina !!! estou matando as saudades de casa e estou passando exatamente por esse momento e fico me perguntando se algum dia as coisas vão voltar a ser como eram...acho que não né...mais isso só prova que fomos felizes, porque as coisas ruins esquecemos naturalmente...se temos saudades é porque algum dia fomos felizes e vivemos intensamente aquele momento...que continuemos assim...sentindo saudades de momentos felizes vividos intensamente...BELAS PALAVRAS AS SUAS !!!

BAR DO BARDO disse...

O exercício da infância deve ser eterno. Não há peito assassino de crianças. Não existe.