26 de abr. de 2010

Carrossel


Meus sonhos um dia já foram do tamanho de uma roda de ciranda e meus passos serviram para delimitar o tamanho do campo de jogar “queimada’. Naquele tempo, era minha obrigação me esticar, do jeito que desse, para segurar uma peteca de penas coloridas que cortava o céu das tardes de quando eu era do tamanho de uma pedrinha de jogar 5 Marias.
Ainda guardo um arranhão no joelho que denuncia o quanto eu me aventurava em correr ao invés de caminhar. Naquela época eu fui mãe, cozinheira, professora, modelo, guerreira, fui a mais rápida do pique no alto, cheguei primeiro no pique esconde. Engraçado como eu podia ser tudo o que queria...
Nunca fui tão longe como naquele tempo. Saía de casa para ganhar o mundo na rua de cima e parecia ter atravessado de um hemisfério ao outro.
Aquele foi um tempo em que a vida era uma eterna descoberta. Mas eu, que de tão pequena cabia dentro do céu da amarelinha, não tinha maturidade para perceber que já ali, naquelas brincadeiras, começaram minhas experiências e saudades.

Sabrina Davanzo


3 comentários:

Thiago Miranda disse...

que fofo!
hoje vc é dum tamanho que não cabe nos olhos, nem em elogios!

Eduardo disse...

Entre duendes e fadas, a terra encantada espera por nós... abra o seu coração, na mesma canção, em uma só voz... xP

Sueli disse...

Eu também joguei muita queimada e percebo que naquela época eu era bem mais ousada... Abração!