O destino do
rio é sempre o mar. Quilômetros adentro, cidades a fora, ele segue o único
destino possível para sua existência. 
O mar é assustador
para um pequeno rio que nasce tímido entre as pedras, protegido dentro de uma
mata. 
O mar é imensamente maior que as margens que o cercam e o confortam. 
O rio tem de
se acostumar com a ideia de que ele vai se tornar algo maior para não se apegar
às paisagens que encontra ao longo de seu leito. 
É preciso
abandonar as pedras imóveis, soltar-se dos galhos e fluir sem medo, seguindo o
seu caminho traçado na terra.  
Eu, como os
rios, sou feita de mar. Sou imensidão de ondas e ressacas, a mais pura força da natureza. Às vezes, calmaria. Não tenho como fugir, meu único destino
possível é e sempre será desaguar. 
Sabrina Davanzo 
 

 
 
