17 de fev. de 2010

Baile de máscaras

Já passou meu carnaval. Sambei a canção da vida no meio da avenida, meu coração bateu ao ritmo da bateria.
Minha fantasia de destaque tinha contas brilhantes que revelavam minha doçura e aspereza animalesca. Nada sensual para alguém que não tinha mais que um corpo magro para mostrar. Abri alas com brilho nos olhos e o sorriso franco de quem sabe que essa festa é efusiva e dura pouco. Mestre sala conduziu minha porta-bandeira com orgulho de me ver cair na folia.
Já passou meu carnaval. É hora de tirar a máscara. Em questão de segundos, confetes e serpentinas já se encontram no chão. Posso deixar o salão com o mínimo de dignidade porque, no baile de máscaras, eu interpretei meu papel e, agora, estou de volta ao que verdadeiramente sou - solidão.

Sabrina Davanzo



5 comentários:

Eduardo disse...

Ai que triste Sassá! =s

Jeferson Cardoso disse...

Olá! Não tomarei muito de seu tempo. Encontrei-o ao adentrar a lista de seguidores do Palavras de Osho (blog com o qual tenho me identificado). E visto o ecletismo dos seguidores deste blog, decidi divulgar o meu atual trabalho, que se trata de meu primeiro microconto “O Aparelho Digestório”. Caso se interesse e me visite, será um imenso prazer retornar a esta casa com mais tempo, atenção e calma.

Forte abraço de Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com de blog em blog divulgando e dando o recado!

Renata de Aragão Lopes disse...

Aquele meu
"Fim da festa":

"Quando muito,
há paetês no chão.
Ao menos,
sei que é assim
e guardo pra mim
essa lucidez
nas mãos."

Beijo, querida!
Saudade!

Anônimo disse...

Sou viciada nos seus textos Sabrina.

Sueli disse...

Triste, mas lindíssimo! Parabéns, Sabrina, seus textos continuam maravilhsos e deliciosos! Beijão!