21 de dez. de 2012

2013





Ano que vem...
A frase preferida para esta época onde o ano atual,
os últimos dias,
já não servem para mais nada.
A gente fica ansioso para o tempo passar
e os próximos 365 dias chegarem logo.
Não faltam planos, vontades, resoluções
para este começo totalmente novo
que o 1º de janeiro traz.
Da minha parte,
não me importo de começar o ano novo com tudo igual.
Como eu tenho andando modesta,
vou pedir que tudo permaneça.
Que eu continue amando e sendo amada com leveza.
Que eu continue confortável com minha profissão.
Que eu continue aproveitando a companhia de amigos e familiares queridos.
Que eu continue com saúde, alegria e paz.
Este foi um ano de colheita,
depois de um plantio realizado com muito esforço, dificuldades e solidão.
Hoje vivo num tempo de crescimento sem dor e com mais consciência.
Só tenho a agradecer
e pedir que tudo isso não mude.
Feliz tudo de novo!


Sabrina Davanzo



5 de dez. de 2012

é assim...


Eu já não tenho mais sonhos de menina, ilusões de mulherzinha; não me imagino uma princesa no castelo, nem espero que encontrem meu sapatinho na escada e me salvem de uma vida entediada.
O que me resta, meu Deus, não é nada além dessa dura realidade de que as coisas são o que são. Que as pessoas não mudam porque a gente quer, que o sol não vai aparecer só porque marquei de ir ao clube no domingo.
Eu já parei de passar produtos milagrosos nos cabelos para mantê-los esticados, já parei de esconder a idade; não me engano mais com a ideia da eterna juventude. Então é isso, Deus? A vida é uma eterna aceitação. Desde a perda da nossa boneca preferida até o fato dos cabelos ficarem brancos. E ai da gente espernear. Revoltar, então? Pode não. Adianta nada!
Só para você saber o quanto eu me esforço, eu já deixei de lado também aquela mania de querer o que eu, por puro gosto seu, não posso ter. Mas fico me perguntando: abrindo mão tanto assim... o que vai restar do que eu quero para mim? 

Sabrina Davanzo

25 de nov. de 2012

Lembranças




Acho que os sentimentos poderiam ser representados como pequenos souvenirs. 
Sabe quando a gente viaja para um lugar lindo e quer voltar com uma lembrança? Então, toda vez que a gente olha pra ela, voltam sensações, cheiros, sabores, saudades. 
Às vezes, deixamos esses pedacinhos de vida expostos na prateleira, perto de um livro, uma foto. Ali, eles estão sempre próximos, fazendo parte do dia a dia. Mas às vezes precisamos guardá-los na gaveta, no fundo do armário, no baú de emoções. Assim, não temos contato, não lembramos sempre, mas está lá, mesmo que com alguma poeira. 
E só de mexer nesses souvenirs (sim, porque às vezes é preciso), tudo volta à tona outra vez. E muitas vezes a poeira salta aos olhos, que ensaiam derramar lágrimas. Mas é assim. Acho que dentro da gente tem muita gaveta, prateleira, baús, caixas trancadas. E nem sempre o mais visível para os outros é o mais sentido por nós.  


Texto afanado de uma das prateleiras da minha amiga Laura Camarano 

12 de nov. de 2012

Pronta




Então aceitou a felicidade como ela é: imperfeita. 
Passou a aproveitar o que a vida lhe oferecia de bom
sem esperar que fosse para sempre. 
Certa de que algumas vezes as coisas se atrapalham
e as pessoas decepcionam, 
aprendeu a ter fé e paciência para esperar passar.  
Demorou algum tempo para crescer por dentro,
mas agora que aconteceu é um alívio. 
É uma trégua nessa guerra que no final é uma busca pela paz. 
Se isto é envelhecer, ela já está pronta. 
A menina, finalmente, tornou-se mulher. 

Sabrina Davanzo



8 de out. de 2012

s.o.s




Atirem-me ao mar! 
Ando tão cansada dessa segurança do convés, 
ela não me convém nenhum pouco. 
Quero agora experimentar as ondas, a temperatura da água, 
quero encarar o desconhecido. 
Atirem-me ao mar de possibilidades! 
Só não me deixem aqui, 
presa a esta tábua de salvação que nada oferece de arriscado. 
Atirem-me sem dó nem piedade 
que eu reúno forças e me viro, 
eu nado e nada poderá me deter, 
porque é no perigo e na aflição que a gente descobre 
a força e a vontade que tem de sobreviver. 

Sabrina Davanzo 


24 de set. de 2012

Já curtiu?



Você já conhece a página do Inverso Meu no Facebook? 
Está linda, cheia de imagens e textos inspiradores para você curtir e compartilhar. 

Essa foi a postagem de hoje: "Também sou pequena demais..." 

Assine a página e acompanhe o Inverso Meu no facebook também. 


Beijos 

Sabrina Davanzo 











10 de set. de 2012



Vontade de voltar, 
de ir, 
de não ficar aqui 
e talvez nem lá. 
Vontade de sair 
desse mesmo lugar, 
custe 
que 
custar. 
Desejo incontrolável 
de seguir 
sem saber a direção, 
a localização 
ou o idioma que se fala 
onde eu, 
enfim, 
parar. 
Quero andar até cansar, 
depois correr 
até  (me) perder 
as forças, 
a memória. 
Quero chegar no desconhecido, 
um lugar 
que nem sei onde fica 
e que 
talvez 
seja aqui dentro mesmo. 
Eu só preciso 
ter coragem de 
p a r t i r...

Sabrina Davanzo 

27 de ago. de 2012

...




Mas aconteça o que acontecer, 
a gente tem que ter fé na vida, 
na gente, 
na nossa capacidade de superar e renovar. 
No mais, é seguir em frente. 
Porque a gente nasceu para ser nômade. 
Não pode ficar muito tempo 
parado no mesmo lugar. 


Sabrina Davanzo 

Pelos meus cálculos




Nós dois: 
Eu e você. 
Se você vai: 
Dois menos um. 
São três: 
Eu, você e a saudade. 


Sabrina Davanzo 




"...posto que é chama..."




Não sei por quê. 
Não sei até quando. 
Nem até onde. 
Só sei que é agora. 
Que hoje é tudo. 
Que esta é a nossa hora.

Sabrina Davanzo 




12 de ago. de 2012

Abrigo





O amor é feito casinha de joão-de-barro: 
é construído devagar, no dia a dia. 
Sua matéria-prima é simples, 
mas aquece, acolhe. 
E a gente mora ali cheio de fé, 
confiantes de que estamos protegidos 
das nossas próprias tempestades 
e do vento frio da solidão. 

Sabrina Davanzo 



24 de jul. de 2012

Aos meus amigos




Cada pessoa que passa por nós representa um passo na nossa evolução. Cada uma, com seu jeito particular, traz uma lição que a gente deve gravar. 
Na presença e na ausência (ainda mais) sempre há o que aprender com elas. Com Marias e Joãos a gente aprende a ser leve, ser livre, ser cult, nerd, romântico. Aprende a falar palavrão, algumas palavras em alemão, aprende a beber e gostar de comer coisas que gente nem conhecia. 
Passamos de um amigo ao outro descobrindo como ser nós mesmos. A gente se encontra na parte de cada um que nos toca e nos apossamos dessa metade que nos completa. 
Não importa quanto tempo duram estas aulas: uma vida toda, a infância, o início da adolescência, o horário de trabalho, estamos sempre aprendendo mesmo que, invariavelmente, algumas pessoas tenham que se ausentar (talvez para sempre), pois a vida é seletiva: para preenchê-la é preciso esvaziar-se. 
Eu perdi muitos amigos ao longo do caminho, ganhei outros tantos, mas jamais me esqueci por completo de qualquer um deles. Mesmo que seja apenas pelo som de uma risada já distante, por uma cicatriz no joelho ou ainda pela cumplicidade há muito compartilhada, trago em mim a marca indelével de quem me ajudou a ser quem eu sou.  

Sabrina Davanzo 



23 de jul. de 2012

InVerso Meu no Facebook


O Inverso Meu, finalmente, tem uma página no facebook. 
Espero todos vocês lá. 

<3 



Sabrina Davanzo 

22 de jul. de 2012

Pausa

Tenho andado tão feliz que me parece um pecado traduzir em palavras o que estou sentindo. É como se a vida me pedisse: "viva e não pare para entender ou dar explicações". 
Talvez seja porque a felicidade é efêmera. Quando nos damos conta ela já está de saída. Então, estou aqui - vivendo o que há para viver, aproveitando e agradecendo cada minuto. 
Eu estou andando sobre nuvens e é tão macio por lá que até me esqueço que estou descalça. Ando rindo à toa, sem ter nada para dizer e muita coisa para sentir. É quase um êxtase consciente, um presente de Deus para compensar a rotina de ser. 
Eu prefiro não dar nomes, mas suspeito que essa felicidade mansa seja amor. Vou deixar ela ficar o tempo que quiser e tentar não raciocinar, porque sempre dá um medo sabe? Toda essa entrega... 
Mas agora, vou ali fechar os olhos, tirar o pé do chão, abrir os braços e saltar. É tão raro a vida fazer esse convite... quem sou eu para recusar. Aceito e voo. 

Sabrina Davanzo





26 de jun. de 2012

Inverso Meu para Papel e Tudo



A Papel e Tudo, uma loja que faz que faz cartões e presentes com alma, me convidou para criar textos exclusivos para a sua nova linha de cartões - Pra Enfeitar o olhar. Confira o resultado no site e encomende o seu. 

Enfeite olhares clicando aqui! 

Sabrina Davanzo 

19 de jun. de 2012

O grande (re) encontro




Um dia você descobre que verdadeiros encontros não acontecem quando você está com a sua melhor roupa na balada, pronta para ser notada. 
Eles acontecem quando você é apenas você e está lá, no mesmo lugar que um outro alguém, ainda desconhecido, também está.
As melhores surpresas da vida acontecem numa ida a um lugar sem importância, em uma terça-feira antes da novela, durante uma música de três minutos e meio e você não tem que fazer nada de especial para isto.
Quando chega a sua hora, você, sem perceber, está no lugar certo, na hora certa, e nada impede que este encontro aconteça. Não importa quantas centenas de pessoas estejam ao redor – vocês se reconhecem.
O querer é tão natural - ele gosta do seu cabelo e você dos olhos dele – que parece não haver outra possibilidade: você permite, de coração e sem medo, que o encontro aconteça.
De alguma forma você se sente pronta para tudo que está prestes a acontecer sem, de fato, ter se preparado para nada.
Não é só corpo, é alma. E desse momento em diante, as horas passam rápido, mas você não tem pressa. Você ocupa seus dias com encontros, mensagens, pensamentos, mas você está livre. Você se envolve cada vez mais na vida do outro, mas tudo é leveza.
Nada de jogos sentimentais. Você sabe o que quer e ele quer o mesmo que você. Não existem segredos, não tem mistério, não há o que esperar nem temer. Vocês estão juntos antes mesmo de entenderem como tudo aconteceu.
E é bom. E você finalmente percebe que desejou esse encontro por muito tempo, mas só quando parou de esperá-lo, ele aconteceu. 


Sabrina Davanzo 





15 de mai. de 2012

Bom dia!


Acorda!
Vai tirar das retinas as marcas de um dia dormido, vivido, gasto.
Abre a tua janela, deixa a poeira sair, renove o ar.
Sacode esse cobertor puído, dobra e põe no lugar.
Ajeita essa cama, estende o lençol. Deixa tudo arrumado porque a qualquer momento pode chegar alguém.
Levanta dessa cama que acolhe a tua felicidade, a tua febre, a tua insônia e a tua consciência, espantando a preguiça da vida com a tua vontade de recomeçar haja o que houver.
Veste aquele teu sonho bonito, que nasceu aí, numa dessas noites, e vai ver outras coisas e pessoas para nutrir a tua esperança.
Teus olhos não podem se acostumar à penumbra, então, destrava os trincos da porta, deixa vir, deixa entrar a energia renovadora do dia. 
Repara nos raios de sol que invadem teu espaço com várias cores e até nas partículas de pó que se movimentam em direção à luz. Faz desse espetáculo miscroscópico que toma conta da menina dos teus olhos a tua oração de agradecimento e renova a tua fé no quer que seja.
Levanta e sai  de casa. Sai de dentro de você. Sai das situações que te consomem, dos lugares que não te fazem bem, da vida de quem já não é o bastante para você. 
Você tem que sair para chegar em algum lugar.  Onde você quer ir? Acorda, levanta e vai. 

Sabrina Davanzo 


4 de mai. de 2012

Bem-me-quer




Pétala
 a 
pétala 
a vida vai se desvendando no meu jardim.
Algumas vezes, 
dá de cair tristezas, 
um mal-me-quer aqui, 
outro ali.
Noutras, 
meus olhos têm de se acostumar às supresas 
de um bem-me-quer 
sem fim.
Eu, 
que sou raiz, 
recebo com serenidade o vento 
que faz tempestade de desprendimento 
e leva, 
uma 
uma, 
as pétalas de mim. 
Sabrina Davanzo 





12 de abr. de 2012

Santo remédio



Felicidade é a conta-gotas,
é de hora em hora.

Ninguém é feliz de uma vez por todas.
E a gente vai vivendo,
porque viver é isso:
o espaço entre uma gota de felicidade e outra.


Sabrina Davanzo

2 de abr. de 2012

Um mais um





Não te prometerei o mundo, meu amor
porque também eu, embora apaixonada,
embora capaz de mudar para qualquer lugar só para te acompanhar,
eu também preciso dele para viver.

É uma coisa que aprendi:
por maior que seja o envolvimento, duas pessoas nunca serão uma.
Então, eu respeito o nosso espaço
e me perco em seus abraços
sem esquecer de onde vim.

Sabrina Davanzo




13 de mar. de 2012

Criação




Das coisas que Deus criou para exemplificar a ternura:

dente de leão
joaninha
nuvem
amor de mãe
algodão doce
margarida
arco-íris
prima-irmã

Quem tem alma para sentir, que sinta.

Sabrina Davanzo


Para Iza e Gabi

12 de mar. de 2012

Sobre a cura


É como dar com o dedo no pé da cama:
dói insuportavelmente, dá raiva e falta de ar,
dá vontade de amaldiçoar o universo,
parece que você nunca mais vai ser capaz de andar.

Mas, graças a Deus, passa rápido.
Especialmente quando você deixa de olhar para o dedo,
para de apertá-lo,
procurando uma fratura exposta, e vai fazer outra coisa.

Os primeiros passos oscilam.
Só os primeiros.

Sabrina Davanzo

7 de mar. de 2012

Infinitivo




Ir.
Enfrentar.
Entender.
Aceitar.
Perdoar.
Desistir.
Amar.
Relevar.
Conquistar.
Apagar.
Buscar.
Partir.
Compreender.
Doer.
Querer.
Sonhar.
Doar.
Ouvir.
Tentar.
Chegar.
Esquecer.
Voltar.

Conhecer(se) é verbo. Eu, o sujeito. Oculto.


Sabrina Davanzo

29 de fev. de 2012

Quase 30




Houve uma época que ela temia as mudanças que certamente chegariam. A maturidade soava triste e efandonha. Quase a imagem de um velhinho corcundo, entrevado, tentando cruzar a sala para chegar na cozinha.
Hoje, ela sabe que crescer, afinal, não dói tanto assim.
Sente um leve prazer quando ela mesma decide, com toda segurança, o que é melhor: do sabor do sorvete até a proposta de emprego.
É com facilidade que concilia as meninices com a mocinha responsável, que paga todas as contas em dia e não reclama de acordar às sete da manhã. Ao contrário do que pensava, essa convivência é bem agradável.
Crescer é ser livre e ter ciência dessa liberdade (isto não tem adolescência e infância que pague). É arrumar a casa do seu jeito, e, mesmo com medo, ir ao médico sozinha. É juntar um monte de roupa no cesto (que serão lavadas quando ela quiser) e não se desgastar com bobagens. É aprender esperar, ter paciência com ela e com os outros.
A imagem do velhinho se foi e o que ela vê agora é ela mesma, à vontade e mais consciente da vida e do seu lugar no mundo.

Sabrina Davanzo

28 de fev. de 2012

Bons ventos



O tempo é um barquinho que desliza sobre as horas
e leva para além do horizonte o que tiver de levar.
O que é de ficar, fica - passe o tempo que passar.
Fica o cheiro, vão-se as mágoas.
Fica o gosto, vai-se o toque.
Fica a lembrança, vai-se a presença.
Com um oceano inteiro pela pela frente, impossível ele voltar.
A gente também segue com a maré,
mas nunca se esquece do barquinho que um dia passou
e recolheu tudo que era pra acabar.

Sabrina Davanzo



27 de jan. de 2012

Filosofia pura



A partir de agora, deixo a lógica para os matemáticos. A mim interessa a filosofia dos magos, dos bruxos. Essa coisa toda de universo, destino, de "o que tiver de ser será".
Tenho fé que o caminho das estrelas é mais cheio de mistérios que o resultado de dois mais dois.
Chega de sentimentos calculados, conversas analisadas, de querer o que não posso ter. Além do mais, tem todo um charme não saber o por quê.
Que eu diga amém a todo instante que me surpreende, que me emudece, que me confunde. Que eu entenda cada vez menos. Abro mão, definitivamente, da monotonia da exatidão.

Sabrina Davanzo