30 de set. de 2009

Cantoria


Cigarrinha canta canta

no meu quintal
Trouxe até amigas
para formar coral.

Eu, sem tempo,
não posso apreciar
mas bem sei...
não é meu esse cantar.

Cigarrinha e seu coral
Cantam triste e forte
só pra esperar a morte.

Sabrina Davanzo

Pronto, sarou!


Quando era pequena, qualquer machucadinho a mãe soprava e dizia: "pronto, passou". Era mágico. Passava mesmo.

Hoje, ela costuma fazer isso quando sofre arranhões. Não tem funcionado. Ou porque a mágica só serve para crianças, ou porque só vale sopro de mãe.
Na dúvida, ela continua com esse ritual. Quando vem chegando a dor ela respira fundo, sopra bem forte e diz em bom tom: "pronto, passou".

Sabrina Davanzo

29 de set. de 2009

Telenotícias


Ando sem inspiração. De vez em quando, o mundo vem, tira esse véuzinho mágico por onde vejo a vida, e me faz encarar a realidade. Quando isso acontece fico sem saber o que falar.
Devo falar dos ventos que carregam as cidades? Ou será que publico uma nota sobre o que nosso presidente anda aprontando por aí? Talvez eu deva fazer uma longa reflexão sobre pessoas que perdem a cabeça, e por causa disso levam uma bala no meio dela, no meio da rua.
A sanidade me visita. Já assisti ao telejornal. Mundo, você me assusta... agora, vou voltar para o meu universo e meus personagens. Boa noite.

Sabrina Davanzo


Era uma vez...


Tem um monte de histórias começadas sem saber o que fazer com elas. Porque todo começo parece muito bom. Depois é que não se sabe como é que vai ser. E o fim sempre dá medo.
Desde cedo aprendeu que histórias devem ter início, meio e final, nem sempre feliz. Mas o que não ensinaram foi que entre uma coisa e outra sempre há um monte de aventura e gente. E que por causa desses momentos e pessoas é difícil ir virando a página. Principalmente quando é divertido.
A história pode ser curtinha, uma linha ou ter quinhentas e oitenta e oito páginas, não importa. Uma vez escrita, fica para sempre. Histórias são eternas. Mesmo as incompletas, como as que ela sempre começa e nunca termina.

Sabrina Davanzo

28 de set. de 2009

Fases


Quando é lua minguante São Jorge fica espremidinho lá dentro... o cavalo sai para passear com as estrelas. O dragão foge para outra galáxia. Percebe que lá não há espaço para ser assustador.

Sabrina Davanzo

21 de set. de 2009

A máquina de algodão doce




Ainda bem que o parque fica próximo à sua casa. Basta cruzar algumas quadras e pronto: adentra os portões que acolhem a engenhoca.

Todos os domingos vai até lá, senta-se confortavelmente no banco de madeira pintado de verde e se põe a observar o trabalho cuidadoso de seu Alaor. Ele é um velhinho encarapitado que manuseia com muito zelo a máquina de fazer nuvem.
Com alguns movimentos, faz uma delas surgir dentro da “bacia”. Ele já tem tanta experiência, que é capaz de fazer nuvem de várias cores. Rosa, azul, amarela.
O tempo todo chega gente que sai carregando nuvens no palito.
Ela nunca quis experimentar uma. Acha que não está preparada. Tem medo de machucá-la. Para tocar algo tão frágil, é preciso muita delicadeza. Já lhe contaram que tem sabor de felicidade e derrete na boca.
Seu Alaor se sente realizado fazendo nuvens coloridas no palito. Montinhos fofos que despertam sorrisos.
Uma coisa ela já reparou: combinam principalmente com casais de namorados e crianças.
Seu Alaor insiste em chamar por outro nome essa delícia. Todo domingo, antes de desligar sua máquina, dirige-se a ela no banco e pergunta:
- E hoje, Tininha? Não vai experimentar um algodão doce?
- Não não, Seu Alaor. Ainda não estou pronta para beliscar nuvenzinhas.

Sabrina Davanzo



19 de set. de 2009

Lançamento II

Meninos e meninas, quero agradecer o carinho e desejos de sucesso que tenho recebido nesses últimos dias. Essa energia boa que vocês têm mandando para cá, fez com que o lançamento do meu primeiro livro fosse um sucesso! :)
De verdade, foi super legal. Fiquei surpresa com o número de pessoas que compareceram para fazer parte deste momento comigo. Como o Gustavo disse no comentário do post anterior, eu realmente estava muito feliz. Nem tenho palavras para descrever o quanto é bom ver o meu trabalho sendo reconhecido, apreciado. E tudo isto, graças ao incentivo e companheirismo de vocês.

Quem quiser conferir as fotos é só entrar aqui: Lançamento

Obrigada, queridos!

E agora, voltemos com meus posts... rs já estava sentindo falta! Amanhã coloco um textinho por aqui.

Beijos!

Sabrina Davanzo


17 de set. de 2009

Lançamento


Pessoal, hoje é o lançamento do Inverso Meu - Pequenas histórias para gente grande.
Ainda não consigo acreditar que isso está acontecendo! :)

Para quem deseja adquirir um, mas não pode comparecer hoje lá no Oficina D'ideias, os livros estarão a venda na internet pelo site da editora: www.editoramultifoco.com.br
Obrigada pelo carinho de sempre, pelas mensagens lindas e por compartilharem comigo este momento.

Beijos,

Sabrina

PS: Semana que vem pretendo voltar com a "programação normal" por aqui. :)

15 de set. de 2009

Por onde começar?



E se um dia for preciso construir um céu, começarei pelas estrelas. Pequenos pontinhos iluminados que fazem toda a diferença na vida dos astrônomos, dos apaixonados e do céu escuro.

Sabrina Davanzo



11 de set. de 2009

Iuuuuupiiiii!!



Pessoal, finalmente, o grande dia está chegando! :) Vocês são meus convidados de honra para o lançamento do meu primeiro livro. Foi através do carinho, aceitação e reconhecimento de cada um aqui que comecei a acreditar que esse sonho poderia se tornar realidade. Obrigada por tudo. Quem estiver aqui por perto, por favor, apareça! Vai ser muito bom ganhar abraços de vocês.

Sabrina Davanzo


8 de set. de 2009

Sumidinha


Pessoal, ando meio sumida do blog por uma série de motivos dentre eles: correria com trabalho, preparativos para o lançamento do livro, super cansaço (não do blog, mas dessa correria toda.. rs).

Aos poucos, estou colacando as coisas no lugar e não demora volto a postar no mesmo ritmo. O blog não vai acabar não, viu?
Beijos para vocês que estão sempre por aqui ainda que eu ande em falta. Obrigada pelo carinho e apoio!

Sabrina Davanzo

Minha terra árida


Tenho sede, mas não dessas águas que movem moinhos, lavam pedras.
Tenho sede, mas, definitivamente, não é de águas devidamente engarrafadas com ares pomposos vindas da França. Muito menos dessas que descansam no fundo de moringas de barro, em alguma cozinha simples lá do sertão.
O que minha sede espera ainda não tem nome. Feito um peregrino, sigo pelo deserto de mim mesma procurando desesperadamente por um oásis. Pressinto que nele existe a fonte da vida e (quem sabe?) é nela que escorre o líquido que tanto anseio para me saciar.

Sabrina Davanzo

4 de set. de 2009

Quando chegar...


Por que é que a gente vive sempre a espera de? A espera de um milagre, de uma volta improvável, um salário no fim do mês, uma oportunidade. Triste constatar, mas há os que vivem a espera de um prato de comida, um sorriso, uma grande cura.
E acaso enquanto espera não vive? Parece que não. A paz só alcança os corações quando a espera chega ao fim. Que Deus mantenha meus olhos abertos, fazendo-me enxergar que vida é o que acontece enquanto sonhos não se concretizam. Que ele mantenha em mim a coragem de desejar, mas também desperte a serenidade de aceitar que certas coisas podem nunca se tornar uma realidade.

Sabrina Davanzo

2 de set. de 2009

Livro: Contos filosóficos do mundo inteiro


Acabei de ler o livro Contos filosóficos do mundo inteiro, de Jean Claude Carriére. Editora Ediouro. O livro é fantástico e traz uma compilação de contos, lendas dos mais remotos cantos do mundo até os mais conhecidos. São histórias que vão sendo contadas de geração para geração e que chegam até nós trazendo ensinamentos e reflexões. Adoro livros assim. Amei esse e recomendo!

"Uma vitória em questão

A um conquistador que era aclamado em todas as partes por uma vitória sobre inimigos, e sobre a qual ele se glorificava grandemente, um humilde mendigo perguntou:
- Quem era o mais forte? O inimigo ou você?
- Eu, certamente.
- Nesse caso, por que se glorificar por sua vitória?"

Pág. 115

Quem quiser saber mais sobre o livro, é só clicar aqui: contosfilosoficos

Sabrina Davanzo